12/02/2019 11h32 - Atualizado em 10/06/2021 12h54

Secti comemora o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência

Foto: Ascom/Secti

Com uma mesa redonda sobre os desafios da mulher na ciência no Brasil, esta foi a primeira vez que a data foi lembrada no Estado.

A tarde dessa segunda-feira (11) foi marcada por discussões sobre a inserção de mulheres e meninas na ciência. A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), em parceria com a UFES, por meio do Laboratório de Pesquisas Sobre Violência Contra a Mulher no Estado, realizou uma Mesa Redonda para celebrar o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência.

Com o tema “Os Desafios da Mulher na Ciência no Brasil”, o evento reuniu autoridades e intelectuais das mais diversas áreas para debater o tema. A vice-governadora do Estado, Jacqueline Moraes participou do debate e emocionou a todos ao falar sobre sua trajetória e a importância de as mulheres derrubarem os preconceitos, que as colocam em segundo plano, e conquistarem seus lugares nos mais altos escalões de trabalho.

“Estamos assistindo a uma camada grande de mulheres se posicionando favorável à ideia de que a igualdade entre mulheres e homens é uma coisa fundamental para se ter uma sociedade moderna”, disse. Apesar da popularização do debate, segundo ela, as brasileiras ainda precisam encarar problemas como as desigualdades salariais e a pouca representatividade na política.

A vice-governadora relembrou, ainda, sua juventude como camelô no Centro de Vitória e como teve que estudar no EJA para concluir o ensino básico e o ensino fundamental: “A educação foi tudo para mim. Graças aos estudos e à militância política é que tive a oportunidade de mostrar o meu trabalho e ser escolhida por Renato Casagrande a ser vice-governadora”, relatou.

Jacqueline Moraes abordou também a falta de representatividade feminina nos cargos eletivos e sobre os partidos políticos ainda serem dominados por homens. “As mulheres são minorias na política, apesar de serem maioria numérica na sociedade. As mulheres são mais da metade da população, mas são menos de 10% nos cargos políticos, o mesmo acontece com os negros. As pessoas em situação de pobreza não conseguem nem mesmo se candidatar”, destacou.

Cerca de 40 pessoas, entre professores, pesquisadores, autoridades políticas, entre outros, participaram do evento, que teve um público de maioria feminina. O objetivo do debate foi discutir sobre as mudanças do estudo da ciência e uso da tecnologia no País com o passar dos anos e quais desafios a mulher enfrenta nesse universo, que ainda é dominado pelos homens. De acordo com a UNESCO menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres.

A doutora e pesquisadora, Cristina Engel, futura secretária de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional, destacou que algumas questões inerentes da condição feminina devem ser consideradas quando se definem algumas políticas de incentivo.

“De fato ainda há um espaço grande para ser conquistado e existem algumas realidades da mulher que não podem ser ignoradas, como a gestação, por exemplo. Esse tempo da gestação, esses encargos de cuidar dos filhos e da casa, interferem na trajetória profissional e consequentemente nos resultados alcançados. O meu desejo é que o debate realizado sirva de incentivo para que mais mulheres se dediquem às atividades científicas”, afirmou a futura secretária, que mediou a mesa redonda.

Cristina Engel também falou sobre as dificuldades de ocupação de espaço pelas mulheres no âmbito da ciência. “Foi percebido no debate sobre a necessidade de espaços de discussão. Existe uma vontade de expressão e apresentar relatos e experiências positivas e negativas, que observamos quando colocamos nós, pesquisadoras, juntas, compartilhando essas experiências”, disse.

Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência

A data é celebrada desde 2015 no dia 11 de fevereiro liderada pelas Organizações das Nações Unidas Para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pelas Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres. No Estado, este é o primeiro ano que a data é comemorada por meio da iniciativa pública. Uma atitude levada à Secti pela vice-reitoria da UFES.

“É importante a gente dar visibilidade as mulheres na ciência e promover igualdade em todos os pontos. Essa é uma das melhores formas de se combater a violência. A ciência, junto da educação, é um dos pilares para que possamos promover essa igualdade. A Secti abraçou nossa pauta, entendeu a importância da data e concordou para que pudéssemos realizar juntas esse evento que foi emblemático, simbólico e marca um novo período em que esperamos que as mulheres tenham uma pauta prioritária nesse governo”, comentou a vice-reitora da UFES, Ethel Maciel.

Para a Mesa Redonda foram convidadas mulheres representativas na ciência capixaba com renome nacional e internacional, como cientistas e pesquisadoras de diversas áreas. Entre as convidadas estavam: a doutora e pesquisadora Denise Endringer, que é diretora de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, e Professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Farmacêuticas da Universidade Vila Velha; a doutora e pesquisadora Fernanda Amorim, que é doutora em Ciências com ênfase em Toxicologia e professora substituta do departamento de Farmácia da UFES; a doutora em Engenharia, mestre em Informática e bacharel em Ciência da Computação Marcia Gonçalves de Oliveira; a doutora em Política Social, coordenadora do Laboratório de Estudos Sobre Imagem e Cibercultura (Labic), do Departamento de Comunicação Social da Ufes Adriana Ilha; e a professora e doutora em Engenharia com Experiência na Área de Robótica Móvel, com Ênfase em Visão Computacional, Raquel Frizera Vassalo. 

“Nas ciências exatas ainda existe um número muito pequeno de mulheres na área e isso se dá por dois motivos: aptidão e a barreira imposta de que matemática, engenharia, física, entre outras, são profissões de meninos. Acho que isso tem diminuído, mas as dificuldades que uma menina enfrenta para entrar em um desses cursos e ser valorizada como profissional ainda é maior. Por isso, achei o evento válido porque é importante debater e levar essas discussões e análises para os órgãos de fomento e para o governo para mostrar que é preciso trabalhar para que essa igualdade aconteça”, afirmou a doutora em Engenharia Raquel Frizera Vassalo.

Texto: Samantha Nepomuceno

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